domingo, 17 de fevereiro de 2013

0

Por trás da máscara de Lady Gaga

Categoria
Desde os anos 80, com o estouro de Madonna e Michael Jackson nas paradas musicais, a movimentação da indústria cultural tomou um novo ritmo. Ou melhor, criou um ritmo. 

Sustentado pela lógica de valores consumistas e modistas que, até então, não expressava tanta força no cenário fonográfico, o trabalho de imagem por parte de cantores se tornou fundamental para a construção do ídolo


Hoje, com as regras já ditadas, diversos artistas se lançam no cenário musical tendo como base a imagem, que os ajudam na criação de um conceito a ser disseminado no coletivo, já de acordo com o esperado e acostumado por parte do público, como se fosse uma emoção pronta, esperando a abertura das cortinas. 

Angelina Germanotta, ou Lady Gaga, como é conhecida, não faz diferente. Seus dois Grammy Awards e os mais de 8 milhões de cópias vendidas em um ano são resultado de um intenso caminho percorrido no imaginário do público. Suas performances, roupas e declarações polêmicas nos remetem a momentos já vividos por Madonna e outras mulheres veteranas na luta do self  feminino. 

O que Gaga tem a dizer não é novidade. Já vimos dezenas de cantoras loiras semi-nuas em seus shows; já ouvimos música pop com sintetizadores bem trabalhados e já rimos dos momentos patéticos fotografados pelos onipresentes paparazzi.  Não importa o que Gaga faz. O que importa, dessa vez, é como ela faz. Pegue a clássica receita e intensifique o tempero: O aperitivo é o mesmo, mas o sabor não. 

Os veículos de comunicação, em tempos de globalização, oferecem o esforço quase garantido do sucesso da divulgação. Aparecer é comum. Todos têm o poder de voz. Mas daí, Lady Gaga não fala. Ela grita. Seus videoclipes cinematográficos quando não trazem mais de 8 minutos de enredo evolvente, nos convidam a entrar num mundo psicodélico repleto de roupas e maneiras de ser não naturais. Não importa se você entende ou não. A grande jogada é prender seus sentidos. É encantar o olhar, é conquistar os ouvidos. E nesse formato audiovisual, a internet se faz o maior meio de comunicação a garantir a fidelização entre ídolo e fã. É lá, ou melhor, aqui na internet, que fóruns de discussões se agitam com a foto de roupa extravagante ou com a declaração óbvia da bissexualidade. Performances em programa de TV geram mais audiência no youtube e uma foto no instagram se torna elemento cultural na vida de milhões de jovens. 

É a arte na contemporaneidade. Ou a morte dela.

0 comentários: